'Dia da Libras': alunos do Senac têm acessibilidade e inclusão para se formarem profissionais
O dia 24 de abril é considerado o Dia Nacional da Libras por ter sido a data em que a Lei 10.436 reconheceu a língua brasileira de sinais como meio legal de comunicação e expressão, há 22 anos.
Entendendo a importância de incentivar a acessibilidade ao ensino para todos, o Senac MS, incluiu o tradutor intérprete de libras em suas aulas, promovendo, ainda, a inclusão e socialização dos alunos surdos.
Lucas Alexandre Ribeiro Cunha, de 21 anos, surdo desde os oito meses quando teve meningite, vai terminar o curso de Técnico em Farmácia em julho, mas desde o início das aulas contou com a intérprete. Melhor desenvolvimento na aprendizagem e interação social são o resultado imediato. “É uma instituição inclusiva. Eu consigo me comunicar e me expressar, entendo o que acontece nos espaços, fico mais informado, além de proporcionar a interação com meus colegas”, afirma. “Sem o intérprete eu me sinto isolado e não me desenvolvo na aprendizagem como deveria.” Lucas explica que o apoio que tem do tradutor e intérprete de Libras é fundamental para o entendimento do conteúdo e quando precisa de respostas para suas dúvidas. “É um suporte que ajuda no meu desenvolvimento acadêmico tal qual um colega ouvinte”.
Evelyn de Souza Balbueno Eloy França é tradutora e intérprete de Libras há 23 anos e está no Senac desde o ano passado. Foi com uma prima surda que aprendeu os primeiros sinais da língua. “Entendi a importância da comunicação quando reproduzia alguns sinais e fazia mediação dela com outras pessoas nos mais variados ambientes. Fui buscar o aperfeiçoamento”.
Para o atendimento dos dois estudantes, Douglas da Silva, atendente de contact center do Senac MS, os ajudou a fazer todo o processo de matrícula na instituição, tanto do estudante Lucas, como da estudante Ana Clara, de 21 anos e também surda e inscrita no curso Técnico de Enfermagem no período noturno.
“Sou surdo unilateral profundo, onde não tenho nenhuma audição no ouvido esquerdo e audição normal no ouvido direito. Comecei Libras por curiosidade, por entender em partes a dificuldade da pessoa surda e por partilhar de algumas delas. Muito além disso, a Libras é apaixonante, comecei na igreja para auxiliar alguns amigos surdos e fui seguindo os passos desde o curso básico até a pós-graduação em Educação e Atendimento de surdos em Espaços Escolares”, revela.
Para Ana Clara, o atendimento foi essencial para que ela escolhesse estudar na instituição, além de ressaltar as oportunidades de sair do ambiente, frequentar eventos, levando a inclusão por meio de sua presença. Como aconteceu no Mutirão Todos em Ação em março deste ano, onde a jovem pôde participar no estande do Senac, com a oferta de aferição de pressão para a população, no bairro Portal Caiobá. “A gente pode ajudar as pessoas nestes eventos, além de poder ajudar a comunicar com os surdos de forma geral. É muito importante levar essa questão da inclusão, e eu estou amando o meu curso”, diz.
Atualmente o Senac MS conta com três alunos surdos, três intérpretes, um para cada, e o profissional de atendimento, o Douglas, isso na unidade de Campo Grande. Em Dourados o colaborador Rafael Rocha Soares, da coordenação pedagógica, é especialista em educação especial com ênfase em libras, e presta suporte na região quando necessário. Já em Três Lagoas, a docente do Senac Samira Gama da Silva, que leciona também na Escola Municipal pelo quinto itinerário do Governo de Estado, é intérprete do estudante Davi, que está no segundo ano do ensino médio.
Para o diretor regional do Senac MS, Vitor Mello, oferecer os intérpretes e tradutores de Libras é uma forma de tornar a educação acessível para todos. “Percebemos que o atendimento e as aulas só seriam inclusivas se todos tiverem acesso às informações de forma igualitária. E é por isso que, para as aulas destes alunos, fizemos questão de compor o quadro com intérpretes que também são da área da saúde e conhecem todos os termos técnicos", finaliza.
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